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OS LIMITES DA TERRA

Foto do escritor: Jefferson MachadoJefferson Machado

Categoria – Escola de Teatro

ESPETÁCULO “ROSA NEGRA: Os Limites desta terra.

Cia Núcleo Experimental Traços Fortes - Curitiba- Taubaté

O espetáculo Rosa Negra me bate de duas formas:

Na primeira forma, a urgência e importância da bandeira a qual o grupo escolheu defender por motivos óbvios. Já sentiu na pele muitas das questões levantadas em cena. É muito bonito ver jovens artistas se posicionando e levando um trabalho teatral consistente para vários lugares no intuito de erguer uma voz de protesto. É fato essa carência de espetáculos nessa vertente, é importante proporcionar ao público essa identificação. Não tem preço.

Na segunda forma, o trabalho precisa ser mais verticalizado. Na forma que foi montada exige dos atores um maior rigor técnico. Acredito através da profundidade técnica o espetáculo ganhe uma maior reverberação. É importante atingir quem já sentiu tudo isso, mas tão importante é afetar quem não.

Muito do que foi dito em debate demonstra que algumas propostas ainda estão no campo das ideias, ou seja, ainda não acontecem na cena. As vivências ditas em debate devem fortalecer e não fragilizar o trabalho.

É preciso refletir: Quando critico o opressor, assim que assumo o seu lugar não posso agir como o mesmo e ter a mesma fala, ainda que para mim seja o mais natural de acontecer. Porém se a busca é um mundo melhor, esse não é o caminho, ou é?

O texto possui questões muito profundas e exige interpretação igual.

Aos irmãos “protagonistas” peço uma maior atenção. O ator John Brenner defende muito bem, desde as intenções, a proposta corporal e energias adequadas cena a cena, porém falta esse mesmo rigor do ator Lucas Eduardo, que defende a oposição. Ambos precisam ter a mesma energia para fortalecer o confronto. O final é uma passagem de bastão e nesse caso o bastão cai. É importante pensar na energia da terra, na força do rústico, o trabalho de cena é chão. É sobre a Terra que estão falando, não sobre a água, muito menos sobre o ar. Os limites da terra!

Destaque para as vozes, a musicalidade, porém sinto falta do silêncio e de algumas batidas tipicamente das religiões e aí encontro os limites não da terra mas sim do grupo. A religião não é colocada em xeque, e entendo, não aceito. Para mim, repito, para mim, é como defender uma bandeira e não falar de todas as cores. Talvez esteja aí os limites da terra da verticalidade do grupo. Será?



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