
Um grande encontro de linguagens e experiências fez da XVI Mostra de Teatro de Taubaté um fato interessante para perceber e guardar na história da cidade. Se você foi mais de um dia já conseguiu ter essa percepção e se você não foi perdeu uma experiência que agora só teremos no próximo ano.

Em primeiro lugar uma grande surpresa, nosso Teatro de rua esse ano bombou e tivemos desde Cias já consagradas como a premiada Cia Balakko Bacco com o seu espetáculo “Ovolução” e a Cia Fabricando Arte, dos queridos Tiago Giles e Cattia Bercano, com o texto “O Carteiro e a Cotovia” de Conceição Molinaro. Como um novo grupo surpreendeu com o precioso trabalho em cima do mito de Sísifo e chamou a atenção de todos, o Coletivo de Teatro Contramão. Mas não acabou nisso, ainda teve para fechar o último dia o espetáculo "História para pias de pequeno porte".




Já no Teatro Metropole, no horário noturno tivemos de tudo um pouco. Como já é tradição de alguns anos, o talentoso grupo da Turma do Sítio do Pica Pau Amarelo fez a abertura com a peça “O mundo do faz de conta” trazendo os personagens de Monteiro Lobato em uma nova aventura e dando a oportunidade de quem não assistiu no Sítio, conseguir ver o espetáculo. Da mesma forma o encerramento com a Turma do Sítio do Pica Pau Amarelo só que dessa vez com o elenco do Parque do Itaim com a peça “O recasamento da Emília”.


E assim no meio dessas duas peças infantis tivemos desde peças sobre casais como a “Comédia de Casal” até dramas reais trazendo histórias verdadeiras como em “Cru Versace” e “Ponto Gatilho”.

Mas é claro que se você não quisesse a realidade poderia então viajar na magia de “A Conspiração” e ver um mundo com elfos, bruxos, reis e rainhas, ou então, embarcar na loucura de Artaud em “Hospício 3.0” que movimentou todo o Teatro com cenas por todo o espaço do prédio levando as pessoas a experimentarem algo no mínimo diferente.


Grandes nomes da dramaturgia também fizeram parte como Shakespeare em "Bem está quando bem termina” até o nosso Plínio Marcos com “Dois Perdidos numa noite Suja”.

A diversidade foi outro ponto marcante esse ano, tanto nos temas dos espetáculos como nas linguagens teatrais oferecendo ao público uma variedade de sensações e possibilidades teatrais que foram desde o palco italiano até ao teatro alternativo, revelando novos espaços teatrais dentro do próprio Teatro. O fantástico teatro de sombras foi uma das cerejas do bolo desse ano com a presença da Cia Quase Cinema nos brindando sempre com sua riqueza de detalhes e trabalho reconhecido em todo país.

Não posso terminar sem antes escrever o que me levou a relatar tudo isso, a grande troca de experiências. Atores e atrizes, com experiência ou não, estiveram nesse palco e puderam realizar seu sonho. Porque hoje nesse país atuar é um sonho! É preciso aproveitar cada minuto no palco. Assim vi jovens atores atuando pela primeira vez no Teatro Metropole e ficando extasiados com a oportunidade de pisar ali, como outros, já veteranos, que passaram por ali para marcar presença e dizer: A luta continua!
Jovens diretores com seus primeiros trabalhos colocados a prova e veteranos testando mais uma vez seus fãs. Afinal a arte é isso, é para causar a reflexão, provocar, denunciar e algumas vezes dizer não! Não a beleza! Não ao padrão! Não ao “eu gosto”! Não ao mais fácil! Não ao acerto! Oferecendo ao público o seu melhor daquela noite.

Não posso deixar de falar aqui de Ana Paula Souza que junto de toda a sua equipe do Teatro Metropole, entre eles o grande Max, procurava sempre o melhor para o público que ali aparecia disposto a conhecer os artistas dessa cidade, e ao mesmo tempo, ela entendia as necessidades de cada espetáculo, de cada proposta. Outra guerreira que é importante citar e sempre com sua câmera tentando registrar as vezes o impossível, é Claudia Perroni Mello. Revelação desse ano, a fotógrafa Lilian Margareti, que nos brindou com seu talento e nos ofereceu sempre o melhor olhar do espetáculo. Cada foto babado!
Parabéns a Secretaria de Turismo e Cultura por mais esse evento tão importante para a nossa cidade. Uma pena...já acabou!
Desde já convido a todos para em novembro...o 5°FEST FÊGO, serão dias com Shakespeare, Sófocles, Ionesco, Dias Gomes e como sempre muitas experimentações, não percam!
Evoé para os filhos de Baco!!!!
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