
O terceiro dia do 10°FESTFÊGO poderia ser apenas o terceiro dia, afinal qual a importância que damos para o terceiro lugar? O que importa é ser o primeiro, não é? Lacrar! O segundo lugar então, não deveria nem existir! Nãoooooo!!!
Opa! Calma, vamos dezmutar com mais classe. Mas isso também não dá, porque nunca podemos oferecer aquilo que não temos, simples assim. É sobre isso que se trata o terceiro dia do 10°FESTFÊGO.
Alguns B.O.s para resolver, festival sem B.O. não é festival, alguns problemas com a fila da noite anterior precisavam ser resolvidos. O terceiro ano começa a criar a rotina de produção, mas a apresentação dessa noite é mais longa e a escola precisa fechar as 22h então tudo precisa ser cronometrado.
Mas como cronometrar o público? Não dá!!!!
DOAÇÃO
Uma noite de sessão lotada e muitas doações, aliás a doação se tornou também foco: arroz ou bolacha? Eu preferia Finni, aquele doce meio azedinho, pode ser? Bom, depois de comentar sobre esse assunto tão profundo como uma película de celular, a noite de quarta-feira estava apenas começando...
A APRESENTAÇÃO
Chegamos nas estrelas da noite: O elenco do Básico II nas mãos magistrais da professora Natasha.
Escrevo isso porque o mundo do Teatro nos traz sempre um olhar diferente do comum, o ser artista precisa ter esse outro olhar para fora do seu umbigo, tirando raríssimos exemplos de grandes artistas conhecidos por seus egos, mas que podemos perdoar ou não, devido ao seu comprometimento e história com a arte. Costumo sempre dizer que quando escolhemos um texto muitas vezes trazemos junto nessa escolha a energia daquilo que queremos (inconscientemente) ou precisamos debater na vida naquele momento. Profundo isso? Pode ser. Mas prefiro falar sobre isso do que a película de celular. Kkkkk!
A peça que trata sobre bastidores, tem muitos bastidores. E assim, a peça com a dramaturgia brilhante do grande autor Soffredini retrata muito de nossas vivências e conflitos com nossa arte. Aliás até mesmo para essa noite de quarta feira a peça responde certos comportamentos típicos de nós, artistas.
O DEBATE
Esse foi cronometrado. Afinal o espetáculo era mais longo e a escola fecha as 22h. E assim alguns apontamentos foram feitos como da utilização do “espelhamento”, recurso sempre muito bem utilizado pela professora Natasha e que nos trouxe cenas belíssimas e muito bem executadas por aqueles jovens artistas, jovens mesmo, que no grau das suas vivências trouxeram o seu melhor.
Outro ponto destacado: A musicalidade do grupo e o trabalho feito pela professora Cidinha Bronzato.
Outro apontamento que vem sendo feito é o da permissão ao erro, a busca pelo risco. Esse toque é dado por um motivo muito simples, quando o artista é muito vaidoso, preocupado com o que dizem, ele muitas vezes fica na sua zona de conforto e faz somente aquilo que está acostumado a fazer e que lhe traz os elogios aos quais precisa, não para sua arte, mas para sua autoestima. O risco ao contrário, leva o artista a outro patamar, o da descoberta, o da evolução, nos traz a resposta: Consigo ou não. Nem todos estão preparados para o “não” e principalmente na frente de um público. Porém o que é colocado pelos debatedores é exatamente que o maior aprendizado é agora, na escola, com as orientações corretas e por isso vale a pena. Só que daí vem a questão do momento, e se eu não lacrar? Olha aí o texto do Soffredini em pauta mais uma vez.
O debate fecha com o comentário do debatedor Maike:
“Vocês apresentaram algo muito além de básico.”
Isso, numa referência ao curso básico ao qual eles fazem parte. Melhor do que isso, é saber que ano que vem tem mais e poderão continuar o exercício e o aprendizado.
MINHA OPINIÃO
Não posso escrever que fui pego de surpresa porque a professora em questão desenvolve na escola um trabalho ao qual sou fã de carteirinha e embarco sempre em todas as loucuras e vontades que são propostas por ela. Em cada novo trabalho uma delicadeza e uma sensibilidade ímpar se apresentam com uma força cênica, até mesmo nas mãos de jovens e inexperientes artistas. Taí o lance do risco, tanto pedido em debate.
Escrevo isso porque só quem está dentro do sistema sabe das dificuldades existentes e que passamos por cima, cada um do seu jeito, para realizarmos aquilo da melhor forma. Não estamos ali para lacrar, estamos ali para formar e torcer para que esses jovens tenham o olhar diferente que deve ter todo artista, que vai além do seu umbigo, que vai além da lacração, que o torna ser humano.
FIM DO DEBATE
Correria. Como tirar aquela multidão enquanto o sinal grita, dezmuta! KKKKK Nos nossos ouvidos. Afinal, tem os abraços, o momento das parabenizações, o lance familiar...mais um sinal!
Outro desafio para o terceiro ano, retirar com educação, afinal artista é sensível, familiar de artista é mais sensível ainda. Em meio a tudo isso a chuva que vem refrescando essa semana, não foi diferente nessa noite, diminuiu na hora certa e assim todos seguiram seu caminho...suas escolhas...rumo a sua casa, ou não!
E sigamos no 10°FESTFÊGO a arte que dezmuta!
Lembrando que desmutar significa: Liberar o som, tirar do mudo. Reação.
Preciso explicar mais alguma coisa? Talvez precise, mas fica para os próximos dias...
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