
O 4°DIA DE FESTFÊGO foi a finalização com chave de ouro do Curso Básico de Teatro da Escola Maestro Fêgo Camargo.
A TODOS DO BÁSICO!
O curso básico da escola tem duração de três anos, ou seja, chegar ao básico III não é fácil. Talvez seja até mais difícil que o técnico porque é um período em que os pais permitem ou não o filho ou filha continuarem na arte.
E aqui faço minha declaração de amor aos meus pais por nunca questionarem minha escolha e me permitirem e apoiarem do início ao fim. E não fiz por menos, estudei muito e só fiz isso em toda a minha vida. Fica a dica. Dedicação e comprometimento são muito importantes.
Mas esse apoio dos pais é uma exceção, a maioria sempre tem o discurso contrário. Isso muitas vezes pela insegurança da profissão. Assim, aos que finalizaram o Básico III sintam-se já vitoriosos.
Aos que continuam conosco, a jornada ainda tem mais três anos e ano que vem, comigo! Aos que seguem outros caminhos, sejam felizes e qualquer coisa, estamos por aqui.
A NOITE DE QUINTA
A noite de quinta-feira desta vez não teve chuva, medo do calor lá em cima no auditório. Mas em breve cortinas novas e o ar-condicionado funcionando, será? As cortinas, eu garanto!
O terceiro ano criou um espaço aconchegante para fotos e interativo com o público, junto da iluminação para a performance da noite, esse espaço se tivesse bebidinhas seria o Fegos Bar. Mas estamos numa escola, então, sem bebidinhas.
A performance ontem conquistou o público e me contaram, só não digo quem foi, que o performer era gato.
O ESPETÁCULO DA NOITE
A noite de quinta nos trouxe uma peça do contemporâneo Matéi Visniec, escritor do ridículo, da revolta e da poesia. A foto acima é do autor. Para quem não conhece sua dramaturgia, o romeno nos oferece um texto fragmentado e trabalhando um tema muito forte e necessário sobre os refugiados. Para o autor o teatro é um lugar de debate extremamente encorajador. Junto disso a direção do meu irmão de coração Denilson Campos com a sua marca registrada. São perceptíveis o cuidado e o desafio escolhido por ele fruto do carinho imenso dele por essa turma. E assim vemos cenas do jeito que ele gosta, intensas e que nos causam muita reflexão. As fragmentações e a estética marcante cumprem o papel e nem desconfiamos que essa turma passou pelo percalço de ficar sem figurino no dia da estreia. Fofoca de bastidores. Abafa o caso.
Nas interpretações muitos desafios e a busca por composições grotescas e diferentes do que estávamos acostumados a ver deles. Nesse exercício o risco tanto pedido pelos debatedores durante o festival. Em cena cada um tentando vencer esse desafio. É interessante perceber a postura de alguns desses jovens artistas em cena, tão tímidos na vida real e gigantes no palco.
Durante o debate o destaque importante ao ato político no simples fazer teatral. Desde a resistência em persistir sem apoio até nas escolhas de temas para gerar reflexão e transformação do público presente.
Abro aqui um parêntese nesse assunto apenas para falar também sobre aqueles que se apropriam de discursos e se dizem em prol do coletivo quando na verdade lutam apenas pelo próprio rabo e não pensam em coletivo coisa nenhuma. Isso vai desde o ator que prega uma coisa para os outros, mas não faz para si próprio, ao grupo que vende sua opinião em prol de uma quantia, daí sobe no palco e prega outra coisa. Ou daqueles mais alienados que falam sobre uma época que nem viveram...oi? Tem alguém aí dentro ou é só um mamulengo? Mas vivemos numa democracia, não é mesmo? Então te libero: Seja idiota!
Estamos de olhos bem abertos e certos blá blá blás não enganam mais. É preciso atitude. Falar qualquer um faz isso. E fica aqui já uma dica, essa cidade é cheia de grandes talentos e o sol pode brilhar para todos, aceite o brilho do outro. O sucesso do outro. Quem sabe um dia ele vem para você! kkkkkkkk
Fechando o parêntese e voltando ao debate, após alguns elogios, Maike, um dos debatedores comentou sobre a importância de não levar o personagem para a cama. Não foi com essas palavras, mas era essa a preocupação, devido a temática forte do espetáculo.
Outro ponto importante e sempre dito na escola e que tenho como um mantra é a busca pelo colorido no texto e o cuidado com o “grito”. Existem atores, até com drt, que não possuem técnica, e ficam roucos numa simples performance. O ato de gritar é o recurso mais fácil, quase amador, para demonstrar poder em cena. Então a dica dada pelos debatedores foi a de refletir sobre onde se deve ou não gritar. Portanto pessoal dezmutem com técnica e honrem seus drts. Lembrando que drt não é selo de qualidade, qualidade é outra coisa.
Ao terceiro ano parabéns por ontem, foi bonito ver todos, ou pelo menos a maioria, ajudando a colocar o público nos lugares e conseguimos fechar a escola as 22h! Ufa! Muito bom!
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