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O quarto dia da 11°edição do FEST-Fêgo -arte que fissura!

Foto do escritor: Jefferson MachadoJefferson Machado

Essa foto acima foi tirada por elas...mulheres. Essa era a visão delas do espetáculo. Nós os homens ficamos o tempo inteiro, do palco, assistindo com uma cortina transparente a nossa frente. Sim, antes do espetáculo começar fomos divididos pelo pronome. Eles iam para o palco como visitantes. Elas iam para a arena, onde aconteceria todo o espetáculo. Assim dava início ao mais novo trabalho do Teatro Laboratório...Hysteria...da diretora Natasha Curuci que mais uma vez nos brinda com um trabalho extremamente feminino e provocativo, que nos leva para um passado não tão longe e nos faz questionar o aqui e agora no universo da mulher. Na verdade nos homens somos colocados isolados como num zoológico e elas sim são levadas a refletir sobre sua situação nos dias de hoje em questões bem femininas. Mas erra quem pensa que a diretora faz um espetáculo cheio de "mi-mi-mis", o texto quase que na íntegra leva o público feminino o tempo inteiro a se colocar em várias situações e sair do confortável. Composto por um elenco na maioria de jovens atrizes, o público feminino é levado a responder perguntas, dançar, mudar de lugar e acompanhar o desenvolvimento daquelas personagens.

Durante o debate, desta vez feito por mim, trouxe a história de Dona Yayá, que para quem não conhece, foi uma mulher dona de uma fortuna na década de 20 e que foi considerada "louca" devido ao simples fato de anunciar que não queria "casar". A famosa louca do Bixiga. Ela foi aprisionada em um quarto 4 por 4 e ali ficou 40 anos enquanto sua fortuna era usufruída por outras pessoas. O que não contei foi que todos que a cercavam foram morrendo e ela permaneceu viva até não sobrar ninguém. Ainda no debate, trouxemos a reflexão sobre o quanto aquele texto atingia aquele público feminino tão jovem presente ali, e que vive numa sociedade diferente daquela apresentada, ou não? Afinal a violência contra a mulher ainda possui números alarmantes e ainda temos muito o que evoluir. Quem sabe um dia assim possamos tirar de nós mesmos essa cortina transparente tão bem colocada simbolicamente sobre nossos olhos no espetáculo.

Assim como na peça também decidi subverter a ordem e só agora comento a performance que aconteceu antes.

Na noite do quarto dia do fest-fego tivemos a presença do artista que nos ofereceu seu domínio com o malabares e assim fomos seduzidos pela arte circense e a performance corporal do artista. Para conhecer mais sobre ele: @pedrolblanc

Em nossa premiação aqui mais uma nova categoria surgiu mais só no último dia anunciaremos aqui todas as categorias.

Agora preparem-se! Porque semana que vem começam os Básicos...e eles chegam com tudo! Ainda tem muito fest-fêgo...

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