
Nessa semana durante a estreia da nova novela das seis, vi alguns comentários e críticas a algumas atrizes e aquilo me incomodou profundamente e faço aqui meu desabafo e levanto até mesmo uma questão.
O comentário “incômodo” foi sobre a interpretação de Agatha Moreira, que vive a personagem Emma em “Orgulho e Paixão”, que seria teatral demais...meu deus! Hello! Estamos nós viciados com o posar para foto e tudo que foge ao quadradinho é exagero? Cada vez mais ouço que tem que ser menos, menor e cada vez mais vejo uma mesmice nos trabalhos. Daí quando aparece um trabalho que foge da foto, esse ganha o Oscar! Dá para entender? Confesso, estou cada vez mais confuso! Então acredito numa coisa, na verdade! Fez com verdade, grande ou pequeno, é o mais importante. Opinião todo mundo tem, todo mundo gosta de dar, mas qual é o valor dessa opinião.
Qual o objetivo do trabalho e para quem ele é direcionado? Porque alguns trabalhos são feitos para incomodar e provocar, nem tudo é para agradar! Graças a Deus! Afinal alguns trabalhos são feitos para causar incômodos e o não gostar, pode ser opinião positiva ao trabalho feito. É claro que isso parece cada vez mais difícil num mundo que todos buscam um milhão de likes!
Posso destacar só de pensar rapidamente em alguns trabalhos que causaram essa repercussão. Um exemplo, a interpretação de Bruna Marquezine na atual novela das sete que causou estranhamento, porém foi defendida pelo diretor. Foi uma escolha, talento todos sabem que a atriz tem pois já demonstrou várias vezes.
Em uma outra novela “O Astro”, produção premiada com o Emmy, a grande atriz Regina Duarte viveu uma personagem cuja a interpretação escolhida pela direção era exatamente a mais melodramática pois queriam prestar uma homenagem a grande novelista Janete Clair e aquele estilo da época. Então houve críticas ao exagero que era uma proposta, uma escolha artística. Como se aquele tipo de pessoa não existisse na vida real. Realmente, a vida não só é como só ela pode ser muito mais criativa e original que nossos roteiros.
Outra mudança e crítica, mas não dessa vez da interpretação e sim numa outra novela das sete, novela de Walcir Carrasco, Giovana Antonelli vivia uma dona de casa e por isso a produção muito cuidadosa deixou a atriz, mais simples do habitual em suas personagens, e o que aconteceu? Uma avalanche de fãs da atriz causou um alvoroço de reclamações e a personagem teve até que enriquecer para satisfazer o público que não aceitava a atriz na tela “feia”.
É claro! Não sou leigo! A interpretação para o teatro não é a mesma para Tv e nem para o cinema, são linguagens diferentes. Porém a com verdade é uma só! Já dizia a cineasta Tizuka Yamasaki que buscava exatamente isso em seus atores, a verdade.
Pensando isso começo a entender essa busca de alguns cineastas por jovens que muitas vezes nem são atores, mas que trazem em si uma verdade. A formatação dessa interpretação está fazendo nossos atores ficarem robotizados e assim desinteressantes?
Se perceberem, atualmente em nossas novelas vamos encontrar atores que chamam nossa atenção pelas vozes e a figura não condiz com a voz que ouvimos, por que estou escrevendo isso? É a chegada maciça de atores que fazem dublagem que estão finalmente trazendo seu trabalho para a TV. Você não conhecia aquele ator, mas a sua voz! Isso nada mais é do que um reflexo dessas mudanças e novas exigências do mercado.
O que fazer? Enfim, esse é o fazer artístico aliado ao entretenimento. Então fica a balança ou é mais artístico ou é mais entretenimento, correto? E aqui meu desabafo quanto a interpretação cada vez mais verdadeira, seja exagerada ou minimalista, seja com verdade! E agora, pose pra foto!
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